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VOCÊ CONHECE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SONORA?
voltar31/01/2022Já falamos aqui no blog sobre como atenuar ruídos excessivos, já que eles podem levar até a surdez ocupacional, e quais as diferenças entre os abafadores de ruído e os protetores auriculares. Mas você sabe quais são os métodos de avaliação sonora?
Pela Norma Regulamentadora número 15 (NR-15), que estabelece diretrizes para atividades e operações insalubres, e, portanto, aborda a exposição ocupacional ao ruído, o limite máximo de exposição de pressão sonora do trabalhador durante um período de 8 horas são 85dB (decibéis).
Mas além da pressão (decibéis), outra característica importante quando falamos de ruídos é a frequência de oscilação da onda sonora. O ser humano consegue captar sons emitidos nas faixas de 20 a 20.000 Hertz de frequência. Este fator é importante porque há sons que podem ser emitidos com a mesma intensidade sonora (decibéis), porém com frequência diferente, e isso pode fazer total diferença durante a avaliação.
Separe um tempo para ler também o nosso artigo sobre o uso de abafadores e protetores auriculares clicando aqui.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SONORA
Dois dados são necessários para que seja feita a escolha do Equipamento de Proteção Individual (EPI) quando o assunto é proteção auditiva: o primeiro é o nível do ruído do ambiente (conforme descrito na NHO-01 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído da Fundacentro) e o segundo é a tabela de atenuação do protetor, que pode ser obtido no Certificado de Aprovação (CA) do produto.
Existem dois métodos aceitos para avaliação da proteção auditiva, o primeiro é o método simples e o segundo é o método longo.
MEDIÇÃO SONORA NO AMBIENTE
Para selecionar um protetor auditivo com a correta atenuação, é preciso conhecer a exposição do trabalhador e saber diferenciar o ruído que sai da máquina, ou até mesmo o ruído ambiente, daquele que chega à zona auditiva do trabalhador.
Diferente do decibelímetro, que fornece medições instantâneas, o dosímetro fornece a dose de exposição total que o trabalhador recebeu em sua jornada, influenciada diretamente pelas atividades e tarefas desenvolvidas.
A dose de exposição fornecida nas medidas de 0 a 1 ou de 0% a 100%, indica uma quantidade máxima de ruído que a maioria da população “tolera” sem sofrer danos à audição.
Exemplificando, uma dose de 1 ou 100% é equivalente a uma exposição de 8 horas contínuas a níveis de ruído de 85 decibéis, o que seria o limite de tolerância. Mesmo submetido a diferentes intensidades de ruído e por tempos também diferentes, o dosímetro calcula a dose total de exposição baseado no tempo de cada exposição dividido pelo tempo máximo permitido, segundo a NR-15.
Dosimetria
Segundo a Norma Regulamentadora n° 15, os limites de tolerância estabelecidos para ruídos contínuos ou intermitentes são de 85dB (A) por 8 horas diárias de trabalho. Já para ruídos de impacto (caracterizados por duração menor que 1 segundo e intervalos superiores a 1 segundo), o limite de tolerância é de 130dB (linear) ou 120dB (C). Os trabalhadores expostos a níveis maiores aos estabelecidos devem ter suas exposições neutralizadas pelo uso de equipamentos de proteção individual. Deixar de seguir as indicações de uso conforme instruções do fabricante pode reduzir a efetividade do protetor auditivo.
MÉTODO SIMPLES DE AVALIAÇÃO
O cálculo do método simples é feito subtraindo a média de decibéis encontrada no ambiente com a média de atenuação NRRsf (Noise Reduction Rate Subject Fit).
Pressão sonora com EPI = Nível do ruído medido no ambiente - NRRsf
Por exemplo: um ambiente de trabalho com a pressão sonora medida de 110 decibéis e o usuário utilizando o abafador de ruídos que possui atenuação média (NRRsf) de 25dB vai deixar o trabalhador no limite máximo de 85dB.
Por mais que este método seja aceito, ele não traz uma boa precisão, já que a medida em decibéis está em uma escala logarítmica e os sons são emitidos em diferentes níveis e frequência.
Basicamente, uma fonte geradora de ruídos pode emitir sons com pressão sonora no valor de 110dB, mas há diversas frequências emitidas, e não significa que para todas as frequências de sons emitidas a intensidade seja a mesma.
Para que este método seja aceito, é necessário que o ambiente tenha os mesmos níveis de pressão sonora para os diferentes tipos de frequência, isso é chamado de ruído rosa. Ou seja, o método simples só é válido para ambientes que possuam uma característica de ruído em que todas as bandas de frequência possuam o mesmo nível de pressão sonora “Ruído Rosa”, do qual esta característica de ambiente é muito rara, visto que em uma fábrica geralmente existem diferentes tipos de frequências sonoras.
MÉTODO LONGO DE AVALIAÇÃO
O método com mais precisão para analisar um ambiente de trabalho com ruído é utilizando a tabela de atenuação, este método é conhecido como método longo, obtido nos testes e expressos na tabela de atenuação. Com este método, o engenheiro/técnico de segurança do trabalho consegue fazer uma análise apurada.
O nível de pressão sonora do ambiente para cada banda de frequência deve ser medida, em seguida o engenheiro/técnico de segurança deve fazer os cálculos para cada banda de frequência utilizando os dados da tabela de atenuação do EPI e estes dados coletados sobre o nível de pressão sonora do ambiente, analisando se com o EPI escolhido fornecerá proteção suficiente a fim de que o trabalhador esteja exposto a um ruído abaixo do limite permitido por norma.
O cálculo deve ser feito utilizando as bandas de frequência de 1/1 oitava de 125 até 8000 Hertz. Em que é recomendado utilizar 2 desvios padrões para obter uma precisão de 98% nos cálculos, sendo a fórmula a seguinte:
Pressão sonora com EPI = Nível do ruído medido no ambiente – (atuação medida do abafador na frequência a ser calculada – 2 x Desvio padrão).
A tabela de atenuação deve ser disponibilizada pelo fabricante do EPI, e pode ser consultada no site no Ministério do trabalho e Previdência. Você pode ver clicando aqui.
Esta tabela é obtida através do laudo durante a emissão ou renovação do CA (Certificado de Aprovação) do EPI. Apenas laboratórios credenciados podem executar este teste, que é feito seguindo a NBR 16076 - 2016 - Método B.
Para que você entenda melhor, veja a tabela do Abafador de Ruídos CG PTF223, da Carbografite:
Como exemplo vamos utilizar um estudo sobre a frequência de 125Hz, onde o abafador tem um desempenho de 19dB de atenuação com um desvio padrão de ±2dB. E o nível de pressão sonora no ambiente nessa mesma frequência seja de 100dB, obtido por medição no ambiente de trabalho. Para esse caso, o cálculo seria o seguinte:
Nível de pressão sonora com o abafador = 100 - [ 19 - (2x2) ]
Nível de pressão sonora com o abafador = 85dB.
Ou seja, o usuário teria uma atenuação de 15dB utilizando este método em um ambiente de 100dB de ruído a 125Hz e utilizando o Abafador de Ruídos CG PTF223.
Com essa análise, podemos concluir que os valores médios de atenuação (NRRsf) não são eficazes para determinar o EPI correto para o trabalhador em diversas situações fabris. Uma análise mais apurada geralmente é necessária para que seja correta a escolha do EPI.
EFICIÊNCIA DE PROTEÇÃO
A eficiência de atenuação do ruído nos EPI’s está relacionada ao nível de vedação acústica do produto. Caso a vedação proporcionada dentro e/ou ao redor das orelhas esteja inadequada, seu desempenho será menos eficiente, e consequentemente não terá a atenuação esperada.
Para fazer a melhor utilização do EPI, é necessário:
• Treinar os usuários a fim de entender a importância e a maneira correta de utilizar e fixar o EPI;
• Evitar o uso de apetrechos que possam diminuir ou impedir a correta vedação do EPI.
• Escolher o tamanho certo de acordo com o usuário, pra isso o ideal é que a empresa compre diferentes modelos e tamanhos de protetores a fim de definir qual se adequará melhor ao trabalhador;
• Fazer inspeções periódicas a fim de conferir sua integridade e funcionalidade.
• Realizar a higienização correta conforme indica o manual de instruções do produto.
• Substituir dentro do prazo estabelecido pelo manual ou em tempo menor se isso for estipulado pela equipe de segurança do trabalho.
• Guardar o equipamento higienizado e seco em ambiente limpo, fresco e protegido do sol. É muito importante manter em embalagem vedada sempre no final de cada jornada de trabalho.
Lembre-se que o uso dos equipamentos de proteção individual deve sempre ser orientado por profissionais como o técnico ou engenheiro de segurança do trabalho.
Qualquer dúvida sobre os abafadores de ruído ou protetores auriculares da Carbografite pode ser esclarecida através dos e-mails qualidade@carbografite.com.br ou sac@carbografite.com.br.